quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

EU NÃO SABIA AGRADECER - UM LINDO CONTO

Após a manifestação de um espírito que, segundo ele, já havia sido atendido em outra oportunidade e agora voltava para apresentar a sua gratidão pelo atendimento que recebera então (o que, de certo modo, não causa surpresa nas reuniões de intercâmbio nos Centros Espíritas). Outra Entidade muito emocionada nos envolve, expressando-se basicamente nestes termos:

“Já ouvi referências da cura dos dez leprosos realizada por Jesus, conforme os relatos Evangélicos”.

“Não sei se faço, numericamente falando, parte daquele grupo. Ou mesmo se fui figurante e protagonista dos nove que não voltaram para agradecer. Minha memória não me permitiria retornar até então. Mas o fato me toca muito e minha personalidade me permite engrossar o número daquele grupo. Já que ele representa a grande e, importante, faceta do comportamento humano”.

“Eu não me lembro de ter matado ou mesmo roubado alguém e, por muito tempo, julguei nunca ter desejado o mal a quem quer que fosse”.

“A experiência, porém, me mostrou outra realidade: se não fui mau, também nunca procurei ou, mesmo sequer me preocupei com o bem estar de ninguém. Jamais me pesou ou me doeu os sofrimentos dos que viviam ao meu redor. Eu era indiferente a tudo e a todos, achando não precisar dos outros. Àqueles que me prestavam serviços eu os pagava, sem ter o menor gesto, uma palavra ou um olhar de gratidão. Supunha-me sempre superior, os demais tudo me devendo e eu, nada, a quem quer fosse... Era rico e a todos pagava muito bem!”

“Assim foi se endurecendo o meu coração, sem nunca saber dizer um MUITO OBRIGADO. Da indiferença passei à exigência, à revolta e ao ódio. Sempre que alguém me negava ou não podia atender aos meus caprichos, sentia vontade de puni-lo e, quando podia, chegava a tanto”.

“As encarnações se sucederam: de grande, passei a pequeno e, muito pequeno; de milionário e poderoso, desci à humilhação e à miséria; de soberano e absoluto, tendo servos e criadagem ao meu dispor, experimentei a penúria e a solidão, o desprezo e o esquecimento, a maledicência e a fome. De saúde plena, conheci a enfermidade e o pranto, quando, algumas vezes, cheguei a morrer na rua ou no matagal, quando abutres e outros animais carnívoros, nem esperavam meus últimos gemidos, para disputarem minhas carnes macilentas e, quase sempre, em adiantado estado de putrefação. Isto tudo porque foram muitas reencarnações, nas quais eu percebia aquele que me ajudava, pois, não obstante sermos indiferentes e ingratos, sempre temos mãos amigas que não nos deixam totalmente abandonados”.

“E continuava me julgando credor de tudo, me revoltando com a sociedade, onde quer que eu vivesse, e, por isso mesmo, jamais sabia ou me lembrava de agradecer. Até que, não sei, se com os ouvidos do corpo ou com os sentidos do Espírito... Mas uma voz de um Anjo escutei dizer”:

ÓH DEUS AMPARA ESTE FILHO QUE JÁ SOFREU TANTO!... E AINDA NÃO RECONHECE QUE PRECISA DE TUDO E DE TODOS, JAMAIS SE LEMBRANDO DE AGRADECER.

“Aí, nesse instante, eu despertei para a realidade da vida e, como se fosse um filme retrospectivo, todas as encarnações surgiram em minha mente. E, pela primeira vez, consegui chorar de verdade e balbuciar”:

`OBRIGADO MEU DEUS POR TUDO QUE E JÁ VIVI E SOFRI`.

“Daí por diante, muitas encarnações se desenrolaram de sofrimentos e provas, mas ao menor gesto de ternura ou, até mesmo de menosprezo eu digo: MUITO OBRIGADO a quem mos proporcionam e a Deus. E, a cada um que ouço voltando para agradecer, eu sinto vibrar as minhas fibras mais íntimas e brado por dentro”:

Deus te abençoe. Que sejam sinceras as tuas palavras, agradeça sempre”, `MUITO OBRIGADO!... UM SOFREDOR RECONHECIDO!”



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